Conheça o Rapé Indígena Sagrado

O Rapé Indígena

O rapé é uma tradição cultural e espiritual dos povos Katukina, Yawanawá e de outras tribos da região. Ele é usado como consagração depois do trabalho, para desabafar, relaxar, esfriar a memória. Ele pode ser usado a qualquer hora e tira o enfado físico mental e espiritual, quando nasce um novo pensamento, uma idéia nova. O rapé é preparado com muito carinho, usando-se tabaco e cinzas de outras árvores, dentre elas o Tsunu. 

Dentro da tradição indígena , não se “aspira” o rapé. Ele é sempre “soprado” por outra pessoa ou por quem vai tomar o rapé. Soprado para dentro das narinas através de um instrumento tipo um bambu oco, o Tipí, e aplicado por um pajé ou por outra pessoa e provoca uma forte reação nos mais inexperientes. Seu efeito é rapido e após isso sente-se um grande bem estar e disposição, fora a limpeza das vias aéreas, que ele proporciona. Relatam que o rapé se usa para esfriar o corpo, pois quando se trabalha muito debaixo do sol, ao ir tomar banho de água fria das cacimbas, pode-se pegar um resfriado, e é bom usar rapé antes. Além de estimulante, portanto, o rapé também faz baixar a pressão. O rapé também é usado para caçar e para tirar a “panema” (preguiça) e na hora da cerimônia do Uni (ayahuasca). As duas energias se unem e o Uni vem com mais luz, mais perfeito, mais profundo.

A pessoa que aplica deve saber o que faz, pois tanto o modo como ele pega o pó da mão com o tipi, a maneira que assopra, e o que pensa quando assopra, influenciam positivamente, ou negativamente o trabalho. Ou seja, o mesmo rapé aplicado por duas pessoas diferentes certamente não será o mesmo rapé e, assim, o efeito também não será o mesmo. Também pode ser aplicado pela própria pessoa com um auto aplicador, um tipi bem curto, denominado Kuripe. Ele é bem curto, e cabe no espaço entre a boca e o nariz, e é pessoal, como escova de dentes.

Também pode ser aplicado por um txai que já tem mais experiência com a força dos rapés com o aplicador Tipi, nesse contexto ritualisticamente conduzindo em roda de medicinas, podendo acontecer diversas aplicações do rapé e também a sananga, performando-se diferentes formas de purificação, como através de defumação, canto de ícaros/mantras e condução de maracás.


Seu efeito é intenso e instantâneo, já que os alcaloides penetram em sua corrente sanguínea e trafegam até o cérebro com muita facilidade. Na experiencia de Don Secóia, também causa limpezas energéticas profundas, acompanhadas de muita liberação de muco e possíveis vomito e intestino solto;

Existe uma gama de diferentes preparados que podem ser administrados, sendo o mais comum raízes e cascas de árvores queimadas, preparadas com tabaco. Alguns rapés possuem diferentes formas de DMT em sua composição, como é o caso do rapé de Yopo/Paricá (bufotenina), e intensificam a experiência de uma cachimbada, com uma profunda sinergia ritualística por já convocar a força e purificar as intenções, silenciando a mente antes de uma jornada interdimensional!

Rapé: sua utilização e indicações

O rapé é um pó feito geralmente de tabaco e outras ervas, cinzas de árvores que são moídos e transformados em um pó fino e aromático que é aspirado ou soprado pelas narinas. Seu uso é ancestral e já esteve bem presente em diversos lugares e épocas.

Porém, seu aspecto mais interessante é o uso pelas tribos indígenas e pelos caboclos da floresta, que o utilizam para diversos fins, entre eles medicinais e cerimoniais. Tomei contato com rapé através de amigos de jornada que me apresentaram em momentos especiais, onde pude receber e perceber no rapé um aliado de valor, que assim como outras substâncias dos reino vegetal, mineral e animal que existem nas florestas, estão ai para auxiliar e ensinar aqueles que puderem compreender que onde há vida, existe uma ciência, um ensinamento divino, que pode nos auxiliar em muitos aspectos, inclusive físicos, mentais e espirituais. 

Acredito na importância da valorização dessa cultura e das medicinas naturais tradicionais e ancestrais existentes e na importância do resgate histórico e preservação desses conhecimentos que correm o risco de desaparecer em meio a atual banalização de valores e de tudo que é simples e natural, que vivemos hoje. 

O Sopro do Rapé

Antes de tudo, passar (soprar) rapé requer uma atitude interior de oração, concentração e intenção. Nem sempre a pessoa está energeticamente afinada para aplicar rapé em outro indivíduo, e da nossa parte também não devemos aceitar o sopro de qualquer um.

O rapé é uma medicina sagrada, e como tal carrega as intenções e rezos daquele que o preparou e daquele que o aplica. Todos os processos de uma cerimônia xamânica, desde acender um cachimbo ou uma fogueira, servir um alimento, tocar um instrumento e passar rapé, todos estes atos devem ser acompanhados de profunda conexão com o sagrado. Quando alguém lhe sopra rapé, passa todas as suas influências energéticas diretamente para o campo energético daquele que o recebe.

É bem diferente fazermos uma auto-aplicação usando o kuripe (aplicador pessoal), que é muito mais suave, do que soprar rapé em um tipi (aplicador grande) diretamente nas narinas de outro irmão.

https://caminhodoxama.com.br

Fundador do Instituto Xamânico e Terapêutico Sundari, professor e palestrante. Magnetista e Hipnólogo Profissional graduado pelo Instituto Internacional de Hipnose e PNL (ISI-CNV) ®, Terapeuta Xamânico certificado pelo Akaiê Sramana no Instituto Terra Xamã ®, Terapeuta Reiki Xamânico Ancestral com formação na Reekssa University ®, Magnetismo Humano com certificação pelo Jacob Melo ®, além de possuir certificações em Kabbalah Hermética com Marcelo Del Debbio e Sabedoria Ancestral Egípcia com Yuri. Também é membro da Fraternidade Ordem Rosa Cruz.


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